Na próxima terça-feira (17), a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) será palco de uma audiência pública decisiva para o futuro do Estádio Morenão, em Campo Grande. O encontro, marcado para as 14h no Plenarinho Nelito Câmara, foi convocado pelo deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD) e reunirá representantes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), do Governo do Estado e do Escritório de Parcerias Estratégicas.
A proposta é discutir o andamento do processo de concessão do estádio — que avança a os lentos — e apresentar possíveis projetos para a revitalização do espaço, interditado há anos. “O objetivo é dar transparência, atualizar a situação e buscar soluções. O Morenão precisa voltar a servir a sociedade”, defende o parlamentar.
Estádio símbolo, hoje abandonado
Considerado o maior estádio de Mato Grosso do Sul, o Morenão — inaugurado em 1971 — vive um longo período de abandono. O campo de jogo deu lugar a morros de terra, gramado irregular e mato alto em vários pontos. Com capacidade para 45 mil torcedores, o estádio já recebeu partidas de clubes tradicionais do futebol brasileiro, além de jogos da seleção brasileira, como um amistoso pré-olímpico contra o Paraguai em 1999 e um duelo das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, entre Brasil e Venezuela.
Hoje, o cenário é de deterioração e promessas não cumpridas. Em 2021, o então governador Reinaldo Azambuja (PSDB) chegou a anunciar um investimento de R$ 9 milhões para a reforma do estádio. Em 2023, o atual secretário estadual de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc), Marcelo Ferreira Miranda, chegou a afirmar que o Morenão estaria pronto até o fim de 2024 — previsão que, na prática, parece cada vez mais distante.
Patrimônio em risco
Para Pedrossian Neto, a situação do estádio é reflexo do descaso com o futebol local e da falta de um modelo de gestão eficiente. “O Morenão, esse gigante, está interditado há anos. O futebol sul-mato-grossense definhando, enquanto o Cuiabá, nosso vizinho, briga por vaga na Série A. Se a gente não agir, vamos perder de vez esse patrimônio”, alertou o deputado em vídeo publicado nas redes sociais.
O Morenão é visto não apenas como espaço esportivo, mas como um equipamento de múltiplo uso, com potencial para sediar eventos culturais, shows, feiras e atividades comunitárias. “A reabertura é urgente. Precisamos encarar o Morenão como patrimônio público, a serviço da população”, reforça Pedrossian.
O que diz a UFMS
A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) informa que que o Conselho Diretor da Instituição aprovou o convênio de delegação para concessão do Morenão para o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul por um período de até 35 anos. Para isso, foi instituída uma comissão para acompanhar o processo.
População espera solução
A audiência pública será uma oportunidade para que governo, universidade e setores estratégicos apresentem esclarecimentos e apontem caminhos viáveis para tirar o Morenão da inércia. A expectativa é de que o encontro produza compromissos práticos e prazos reais para a retomada das obras.
Enquanto isso, a população sul-mato-grossense segue à espera de ver novamente o estádio cheio, pulsando com a energia do esporte, da cultura e da vida em comunidade.