rês representantes de Mato Grosso do Sul que integram a comitiva brasileira em missão oficial a Israel permanecem em segurança, mesmo após a escalada de tensão na região. A informação foi confirmada neste sábado (14) pelo secretário-executivo do Consórcio Brasil Central, José Eduardo Pereira Filho.
A viagem, que deveria ter terminado hoje, foi diretamente impactada pelos ataques lançados pelo Irã contra o território israelense na noite de sexta-feira (13), em retaliação a bombardeios atribuídos a Israel contra instalações nucleares iranianas, que deixaram dezenas de mortos em Teerã.
O grupo brasileiro, que está hospedado em um hotel na região de Jaffa, em Tel Aviv, segue monitorado e com orientações de segurança. “Estamos em constante diálogo com o Ministério das Relações Exteriores de Israel e também buscamos contato com a Embaixada do Brasil, com o objetivo de garantir um retorno seguro ao Brasil, o que depende da reabertura do espaço aéreo”, afirmou José Eduardo, em vídeo divulgado nas redes sociais.
Veja:
Representantes de MS vivenciam momentos de tensão
De Mato Grosso do Sul, participam da missão Christinne Maymone, secretária-adjunta da Secretaria Estadual de Saúde (SES); Marcos Espíndola, do setor de tecnologia da pasta; e Ricardo Senna, secretário-executivo de Ciência e Tecnologia. A presença dos sul-mato-grossenses reforça a participação do estado na agenda de intercâmbio tecnológico e de gestão pública promovida pelo Consórcio Brasil Central.
Neste sábado, Christinne relatou ao site Campo Grande News que os alarmes antiaéreos soaram quatro vezes durante a madrugada. “O último foi por volta das cinco da manhã, no horário local. Agora são 14h e nenhum outro alarme tocou. Já circula uma mensagem dizendo que não há necessidade, neste momento, de permanecer perto de espaços protegidos”, disse ela.
Missão técnica e objetivos da viagem
A missão internacional, realizada entre os dias 7 e 14 de junho, teve como foco a busca por soluções tecnológicas e boas práticas em áreas estratégicas como segurança pública, saúde, agricultura, desenvolvimento social, tecnologia e inovação. A iniciativa envolveu representantes dos estados que integram o Consórcio Brasil Central.
Apesar do clima de apreensão, José Eduardo reforçou o compromisso com a segurança de toda a comitiva e agradeceu as mensagens de apoio recebidas nos últimos dias. “Seguimos firmes, com serenidade e muita fé”, declarou.
Contexto internacional
A crise se agravou após os ataques aéreos de Israel a alvos estratégicos no Irã, na madrugada da última quinta-feira (12), que deixaram ao menos 78 mortos. Em resposta, o Irã lançou mais de cem mísseis e drones contra o território israelense, ativando o sistema de defesa conhecido como Domo de Ferro.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, acompanha a situação e mantém contato com a comitiva para garantir um retorno seguro ao país assim que as condições permitirem.
Itamaraty
O Governo Brasileiro emitiu na tarde deste sábado uma nota sobre as comitivas brasileiras que estão neste momento em Israel, em meio a um conflito armado, sem poder retornar ao Brasil.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, autoridades israelenses têm aconselhado as comitivas estrangeiras a permanecerem no país, pois as operações do aeroporto Internacional de Tel Aviv foram temporariamente suspensas. O governo brasileiro reforçou que buscou ao governo de Israel tratamento prioritário à saída em segurança das delegações brasileiras.
Confira a nota do Itamaraty na íntegra
“O governo brasileiro tomou conhecimento da presença de duas comitivas de autoridades estaduais e municipais do País em Israel, a convite do governo local, no momento do início das hostilidades em curso, com o ataque israelense ao Irã, na noite de quinta-feira, 12/6. A operação do aeroporto Internacional de Tel Aviv foi temporariamente suspensa desde então como uma das consequências da crise.
A embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato com as delegações brasileiras e o Ministério das Relações Exteriores fez gestão junto ao Ministério de Relações Exteriores de Israel para que ambos os grupos tenham garantias de segurança e possam retornar ao Brasil assim que as condições naquele país permitirem. O secretário de África e Oriente Médio manteve contato telefônico com seu homólogo da chancelaria israelense, ocasião em que pediu tratamento prioritário à saída em segurança das delegações brasileiras. Até o momento, autoridades israelenses têm aconselhado as comitivas estrangeiras a permanecerem no país, até que as condições permitam qualquer deslocamento desses grupos por via aérea ou terrestre.
O Ministro das Relações Exteriores manteve contato hoje com seu homólogo da Jordânia, com o objetivo de abrir uma alternativa de evacuação por aquele país, quando as condições de segurança em Israel permitam um deslocamento por terra até a fronteira.”